27 de abril de 2010

Faço um buraco em um quintal velho e imundo. Algumas mudas de roupas e alguns sonhos desgraçados me acompanham. Eu tenho descido e observado o quanto é miserável viver cada dia dessa miserável paz mentirosa. Sempre foi assim e eu nunca me dei conta de todas as falsas palavras que ouvi ate hoje. As pedras que caíram e as chuvas que sufocam sempre me fazem pensar em ser um pouco mais do que eu consegui ate hoje. É inútil a vingança e a tentativa de aliviar toda a angustia dessa alma. É tudo tão cinza, melancólico, eu tenho medo, eu tenho medo de tudo isso, fantasmas me assustam, pessoas me assustam, a chance de ver o sol me assusta. Tenho encontrado alguns amigos, alguns sorrisos sinceros me fazem bem, alguma conversa, isso apenas uma boa conversa me faz bem. Talvez eu tenha agido como uma criança, que não sabe o que quer pra si e o que poderia lhe causar dor, apenas um imbecil com um punhado esperanças. Me recuso a aceitar certas coisas que ate parecem ser legais, mas eu não sei o que foi feito pra isso tudo parecer legal. Eu não sei o que mais eu tenho a perder, nem sei se já perdi alguma coisa. Se afastando de tudo e todos, a mentira tem me assustado e me aliviado de alguma forma.

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